___________________________
25/06/2012 - 11h26
.
.
Luciana LimaRepórter da Agência Brasil
Edição: Graça Adjuto
.
Brasília - Depois de uma semana sem trabalhos, devido à participação
de parlamentares nas festas juninas do Nordeste e na Conferência das
Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio + 20, a Comissão
Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira ouvirá nesta semana o
depoimento de nove convocados. Os depoentes são pessoas ligadas aos
governadores Marconi Perillo (PSDB), de Goiás, e Agnelo Queiroz (PT), do
Distrito Federal.
O comprador, de acordo com investigações da Polícia Federal, seria o
empresário goiano Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos
Cachoeira, preso desde fevereiro deste ano sob suspeita de comandar uma
rede criminosa que inclui jogos ilegais e a participação de políticos e
empresários. Para comprar a casa, Cachoeira e Perillo, de acordo com as
investigações, utilizaram formas de encobrir o negócio.
Outro depoente da terça-feira é Écio Antônio Ribeiro, um dos sócios
da empresa Mestra Administração e Participações. Localizada em um
condomínio luxuoso de Goiânia, a casa foi registrada em um cartório em
Trindade (GO) no nome dessa empresa.
Está marcado também para amanhã o depoimento de Alexandre Milhomen,
arquiteto que trabalhou na reforma da casa e que teria recebido de
Cachoeira e de sua mulher o pagamento de R$ 30 mil pelo serviço.
Na quarta-feira (27), estão marcados os depoimentos de Jayme Eduardo
Rincón, ex-tesoureiro da campanha de Perillo, e de Eliane Gonçalves
Pinheiro, ex-chefe de gabinete do governador. Rincón é suspeito de ter
recebido R$ 600 mil do grupo de Cachoeira. Eliane é suspeita de repassar
informações sobre operações policiais aos investigados pelas operações
Monte Carlo e Vegas. Ela foi flagrada em conversas interceptadas pela
Polícia Federal e seria uma das integrantes do grupo que recebeu de
Cachoeira telefones celulares por meio de rádio habilitados em Miami
(EUA). Na primeira vez em que foi convocada, Eliane não compareceu
alegando problemas de saúde.
Também na quarta está marcado o depoimento de Luiz Carlos Bordoni.
Radialista, ele disse, em uma entrevista, que recebeu dinheiro da
empresa Alberto & Pantoja Construções, investigada como parte do
esquema de Cachoeira. O dinheiro, de acordo com o radialista, referia-se
ao pagamento de serviços prestados durante a campanha de Marconi
Perillo ao governo de Goiás em 2010.
Bordoni também detalhou que parte do pagamento - R$ 45 mil - foi
depositada na na conta de sua filha, Bruna Bordoni, que já trabalhou no
gabinete do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO). A outra parte,
de acordo com o radialista, foi paga pelo próprio Perillo. O governador
negou, no entanto, ter feito esse pagamento.
Na quinta-feira (28), estão marcados depoimentos de pessoas ligadas a
Agnelo, entre elas Cláudio Monteiro, ex-chefe de gabinete do governador
do Distrito Federal. A expectativa é que ele compareça mas que não
fale, já que conseguiu no Supremo Tribunal Federal habeas corpus
garantindo o direito de ficar em silêncio. Monteiro é citado nas
gravações feitas pela PF e suspeito de ligação com o grupo de Cachoeira.
Além de Monteiro, devem falar à CPMI na próxima quinta-feira o
ex-assessor da Casa Militar do DF Marcello de Oliveira Lopes, conhecido
como Marcelão, e o ex-subsecretário de Esportes do Distrito Federal,
João Carlos Feitoza, conhecido como Zunga, suspeito de receber dinheiro
do grupo de Cachoeira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário