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29/05/2012 - 18h15
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Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Edição: Lana Cristina
Brasília - Mesmo sem ser convocado pelos parlamentares, o governador de
Goiás, Marconi Perillo, foi hoje (29) ao Senado se oferecer para depor
na comissão parlamentar mista de inquérito que investiga as relações do
empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com agentes
públicos e privados.
Foi para esclarecer esses e outros questionamentos sobre sua relação
com o empresário que o governador foi ao Senado. “Vim espontaneamente à
CPI, entreguei um requerimento ao presidente, senador Vital do Rêgo
[PMDB-PB], colocando-me à disposição para prestar quaisquer
esclarecimentos sobre a minha ação, o meu governo ou quaisquer dúvidas
em relação à minha lisura. Tinha disposição de falar hoje à CPI, mas o
presidente disse aos líderes que não seria possível falar por se tratar
de uma pauta administrativa”, disse Perillo pouco antes de ir embora sem
falar aos parlamentares.
Em entrevista, no entanto, o governador voltou a negar que tivesse
relações próximas com o empresário e disse que, em apenas uma das
escutas telefônicas, ele fala diretamente com Cachoeira, para
cumprimentá-lo pelo aniversário. “Estive com ele pouquíssimas vezes, em
encontros absolutamente fortuitos. Não tive jamais qualquer tipo de
relacionamento com ele, a não ser uma vez que eu o recebi no palácio e
dois ou três poucas vezes que eu o encontrei em eventos festivos ou
sociais”, disse o governador.
Perillo enfatizou ainda que nunca houve qualquer tipo de relação do
grupo de Cachoeira com o governo do estado. “Posso assegurar e direi
isso à CPI”. E acrescentou que os contratos com a Delta Construção, em
Goiás, são “muito pequenos em comparação ao resto do país”. Carlos
Cachoeira é suspeito de ser sócio oculto da Delta, que participa de
diversos contratos públicos.
A CPMI investiga se a empresa era usada pelo empresário para lavar
dinheiro e fraudar licitações. Segundo Perillo, os contratos da
construtora com o governo goiano estão sendo auditados. Por fim, o
governador disse que não está preocupado em ter seus sigilos bancário,
fiscal ou telefônico quebrados.
A convocação de Perillo e dos governadores do Distrito Federal, Agnelo
Queiroz, e do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, chegou a ser colocada em
pauta, nesta terça-feira, na reunião da CPMI, mas o pedido foi retirado
pelo presidente da comissão, senador Vital do Rêgo. O motivo foi um
questionamento sobre a prerrogativa da comissão para convocar
governadores. Os governos de Agnelo e Cabral também têm contratos com a
Delta Construção.
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