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27/06/2012 - 16h04
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Débora ZampierRepórter da Agência Brasil
Edição: Lana Cristina
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Brasília – O ministro Ricardo Lewandowski, revisor do processo do
mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), considera que o atraso de um
dia no cronograma de julgamento da ação penal sobre o esquema de compra
de votos de parlamentares revelado em 2005 foi uma opção do presidente
da Corte, Carlos Ayres Britto.
A decisão de marcar para um dia depois do previsto o julgamento da
ação, que envolve 38 réus, foi divulgada ontem. O fato de Lewandowski
ter entregue a revisão do processo somente no final dessa terça-feira
serviu de justificativa para que Britto adiasse em um dia o começo da
votação.
Ontem, em nota divulgada por sua assessoria, Ayres Britto entendeu
que publicar uma edição extra do DJE não seria a melhor solução.
“Consultados vários ministros a partir do relator, [eles] avaliaram que a
edição extra do DJ não seria conveniente para não ensejar alegações de
casuísmo e, por consequência, de nulidade processual em matéria penal”,
destacou o presidente do STF.
Como o STF fica em recesso no mês de julho, todas as burocracias que
precedem o julgamento deveriam ficar prontas até o final de junho. Na
última quinta-feira (21), Britto enviou um ofício a Lewandowski avisando
que ele deveria liberar a ação penal até segunda-feira (25) para que a
convocação em 1º de agosto fosse possível.
Assim, a liberação do processo para a pauta saiu somente na edição do DJE
desta quarta-feira. Como a publicação só é considerada depois de 24
horas, a partir daí, conta-se prazo de dois dias úteis para a
comunicação dos advogados, que terminará no dia 1º de agosto devido ao
recesso de um mês no STF. Só após esse rito o processo pode ser chamado
para julgamento.
A medida de manter a data de um julgamento, publicando o fato em
edição extra do diário, já foi adotada em pelo menos quatro ocasiões
neste ano. O gabinete de Lewandowski não contava com a recusa da edição
extra do diário justamente por esse motivo. Isso ocorreu, inclusive, com
o próprio processo do mensalão, que teve despachos publicados em edição
extraordinária do DJE no dia 9 de dezembro de 2010.
A decisão de marcar o início do julgamento para 1º de agosto foi tomada
no início deste mês, pelos ministros do STF, em sessão administrativa.
Lewandowski não estava presente no encontro, mas garantiu que entregaria
seu voto a tempo. Ele é responsável por complementar o trabalho do
relator Joaquim Barbosa e liberar o processo para a pauta de julgamento.
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