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01/06/2012 - 20h59
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Daniella Jinkings
Repórter da Agência Brasil
Edição: Fábio Massalli
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Brasília – A falta de cooperação entre os países ainda é um desafio
para a eficácia das políticas de enfrentamento ao tráfico de pessoas,
segundo o secretário nacional de Justiça, Paulo Abrão. O combate a esse
tipo de crime foi discutido no Seminário Internacional Brasil-União
Europeia sobre Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, que terminou hoje
(1º).
A estimativa do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime
(Unodc) é que, por ano, 2,5 milhões de pessoas sejam vítimas de tráfico
de pessoas. A exploração sexual representa 79% dos casos. De acordo com o
Ministério da Justiça, todos os anos, aproximadamente 60 mil
brasileiros são levados do país à força, sob ameaça ou enganados. As
principais vítimas são jovens entre 15 e 25 anos. O ministério não tem
dados mais específicos sobre os destinos mais comum a que são submetidas
as pessoas que sofrem este tipo de crime.
Para o secretário, há a necessidade de se discutir mais o assunto para
que conceitos e tipificações sobre tráfico de pessoas possam ser mais
homogêneas entre os países. “Há visões distintas e o final [do
seminário] apontou a perspectiva de criarmos mecanismos de retorno e
assistência às vítimas, respeitando o princípio da vítima como centro
das atenções de qualquer política de enfrentamento ao tráfico de
pessoas”.
Os países querem dinamizar os processos de cooperação jurídica
envolvendo o tráfico internacional de pessoas. “Vamos formular projetos
comuns para dar conta desses desafios e dar resposta num breve período
de tempo”, disse Abrão.
No Brasil, o enfrentamento ao tráfico de pessoas é articulado pelo
Ministério da Justiça, por meio do Departamento de Justiça da Secretaria
Nacional de Justiça. Atualmente essa rede conta com seis postos
avançados de enfrentamento ao tráfico de pessoas e 15 núcleos. Em 2011,
foram investidos R$ 3,8 milhões para a abertura de seis novos núcleos.
Os núcleos articulam, estruturam e consolidam a rede estadual de
referência e atendimento às vítimas do tráfico de pessoas. Os postos
avançados, por sua vez, estão situados nos principais locais de entrada e
saída do Brasil para recepção a pessoas deportadas e não admitidas.
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