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20/06/2012 - 21h13
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Heloisa CristaldoRepórter da Agência Brasil
Edição: Fábio Massalli
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Brasília - Levantamento do Ministério da Saúde (MS) aponta que o custo
de internações por acidentes com motociclistas pagas pelo Sistema Único
de Saúde (SUS), em 2011, foi 113% maior do que em 2008, passando de R$
45 milhões, há quatro anos, para R$ 96 milhões, no ano passado.
“O Brasil está definitivamente vivendo uma epidemia de acidentes de
trânsito e o aumento dos atendimentos envolvendo motociclistas é a prova
disso. Estamos trabalhando para aperfeiçoar os serviços de urgência no
SUS, mas é inegável que essa epidemia está pressionando a rede pública”,
afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Além do crescimento de fatores de risco importantes, como excesso de
velocidade e consumo de bebida alcoólica antes de dirigir, a diretora
de Análise de Situação em Saúde do Ministério da Saúde, Deborah Malta,
destaca o aumento na frota de veículos como fator para aumento do número
de acidentes.
Segundo o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), o número de
veículos registrados cresceu 16,4% entre 2008 e 2010. No mesmo período,
os óbitos tiveram alta de 12%. Já a frota de motocicletas foi ampliada
em 27%.
O servidor público, José Sebastião Araújo, 52 anos, sofreu acidente de
moto há duas semanas. Motociclista habilitado há quase 20 anos, ele
usava o veículo para fugir do engarrafamento diário. “Essa foi a forma
mais ágil que encontrei para ir trabalhar. Há muitos problemas no
trânsito de Brasília e falta opção de transporte público de qualidade”,
disse.
Araújo ficará pelo menos um mês afastado do trabalho e passará por três
cirurgias devido aos traumas sofridos: fratura exposta na perna
esquerda, deslocamento da clavícula e escoriações por todo corpo. A
segunda etapa de reabilitação são sessões de fisioterapia durante seis
meses. O servidor público afirmou que o uso capacete atenuou a violência
do acidente. “Não fosse pelo capacete, certamente não estaria aqui para
contar a história. Eu teria morrido”, falou.
De acordo com a Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação, que presta
atendimento público em Belém, Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza,
Macapá, Rio de Janeiro, Salvador e São Luís, no período de janeiro a
junho de 2011, 45,8% das internações motivadas por acidente de trânsito
se referiram a casos em que os pacientes eram ocupantes de motocicletas.
Esses acidentes produziram, predominantemente, lesões medulares, lesões
ortopédicas e lesões cerebrais, representadas, em sua quase totalidade,
por traumatismos crânio-encefálicos. A Rede Sarah aponta que 43,1% dos
acidentes foram registrados aos sábados e domingos. O horário de pico
dos acidentes envolvendo motocicletas ficou em torno das 19h.
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