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23/06/2012 - 15h31
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Renata Giraldi
Enviada Especial
Edição: Juliana Andrade
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Assunção (Paraguai) – O novo presidente do Paraguai, Federico
Franco, quer se encontrar o mais rápido possível com a presidenta Dilma
Rousseff para ratificar o interesse do país de manter uma relação
cordial e próxima com o Brasil. O ministro das Relações Exteriores, José
Félix Fernández Estigarribia, disse que vai procurar o chanceler
brasileiro, Antonio Patriota, para encaminhar o desejo de Franco.
“A presidenta Dilma Rousseff é uma heroína no processo democrático
do Brasil. Tenho admiração especial por Dilma e sou muito amigo do
chanceler Patriota, que conheço há anos”, disse Fernández Estigarribia.
“O trabalho do chanceler não é confrontar, é encontrar soluções,
explicando como vemos a situação interna no Paraguai”, completou.
Nos últimos dias, o governo do Brasil manifestou preocupação em
relação aos acontecimentos no Paraguai. Para as autoridades brasileiras,
o processo de impeachment em pouco mais de 24 horas, que levou
à destituição do então presidente Fernando Lugo e à posse de Franco,
foi rápido e há dúvidas se houve tempo para a defesa.
“Também estranhei a velocidade com que o processo correu. Mas foi
tudo dentro do que determina a nossa Constituição. Mas foi uma decisão
soberana do Congresso”, ressaltou o chanceler. “Não há distúrbios nas
ruas nem manifestações”, destacou ele.
Assim como fez Franco em entrevista coletiva concedida mais
cedo, Fernández Estigarribia ressaltou que todos os compromissos
internacionais serão seguidos pelo novo governo. “Vamos cumprir todos os
compromissos e obrigações internacionais”, destacou. “Espero do Brasil
uma extraordinária relação. Às vezes, os vizinhos têm diferentes pontos
de vista. Isso é normal. Mas nos respeitamos muito.”
O chanceler reiterou que o governo Franco respeitará os cerca de 6
mil brasiguaios (agricultures brasileiros que moram em território
paraguaio), que se queixam de discriminação, dificuldades para trabalhar
no país e perseguição dos chamados carperos (sem-terra paraguaios), além da falta de apoio das autoridades do Paraguai.
“Vamos fazer todos os esforços para que eles [os brasiguaios] sigam
trabalhando. Vamos respeitar todos os direitos de todos os cidadãos
brasileiros que vivem no Paraguai”, disse o chanceler. “Mas a questão da
terra é um problema que tem de ser resolvido no Paraguai.”
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