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23/06/2012 - 10h51
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Da Agência BrasilEdição: Graça Adjuto
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Brasília - O dermatologista do Hospital Regional da Asa Norte (Hran)
em Brasília Eugênio Reis disse que a técnica de tratamento do vitiligo,
apresentada pelo médico indiano Davinder Parsad durante encontro em
Brasília, existe desde 1987, mas era muito cara e inviável para os
médicos brasileiros. Entretanto, nos últimos cinco anos, com o avanço da
biologia molecular e a substituição de certos reagentes, o tratamento
tornou-se mais barato.
“No procedimento tradicional, além do uso de pomadas e remédios, são
retiradas partes da pele de área saudável do corpo e transplantadas
para a área atingida pela doença. Entretanto, a técnica é agressiva,
pode deixar cicatrizes e não garante bons resultados. Com o
aprimoramento do transplante dos melanócitos, a área atingida fica com
uma coloração mais uniforme e harmônica, depois de quatro a seis
semanas. Sem contar que o procedimento é muito menos agressivo do que o
tradicional”, esclareceu.
O vitiligo é uma doença autoimune causada pela formação de
anticorpos que matam os melanócitos (células que dão pigmentação à
pele), gerando manchas brancas. O dermatologista indiano aperfeiçoou o
método de extração de melanócitos de áreas saudáveis do corpo para serem
transplantadas em áreas atingidas pela doença. Durante o procedimento, é
retirado um pequeno e fino fragmento de pele de uma área saudável do
corpo do paciente. Depois disso, são extraídas as células de pigmentação
desse fragmento. A área atingida pelo vitiligo é raspada e os
melanócitos são colocados sob a pele afetada.
“O vitiligo é uma doença genética, que pode ser precitada por
fatores ambientais como o estresse. Geralmente, aqueles que sofrem com a
doença tendem a ser mais ansiosos, o que pode agravar o quadro. É uma
enfermidade que compromete a qualidade de vida da pessoa, porque causa
certo desequilíbrio psicológico. O paciente passa a se limitar, a
restringir a própria vida, evitando ir a certos lugares onde será mais
exposto. Em alguns casos, para de trabalhar e deixa até de sair de
casa”, contou.
No campo estético, uma técnica divulgada no congresso foi o
transplante capilar e de sobrancelhas. O procedimento retira folículos
capilares de uma área normal, geralmente um pequeno pedaço do couro
cabeludo da área abaixo da nuca, e transplanta para a região sem cabelo.
Segundo o especialista em transplante capilar (tratamento clínico e
cirúrgico das alopécias) Francisco Le Voci, esse procedimento é indicado
para pacientes calvos, que sofreram queimaduras, doenças ou acidentes
que impedem que o cabelo volte a crescer na área afetada. “A técnica de
transplante de sobrancelha ajuda as pessoas que se sentem incomodadas
por terem perdido a expressividade a voltar a ter expressões faciais,
uma das funções dos pelos dessa região”, explicou.
Uma variante dessa técnica é a extração de unidade folicular, em que
a equipe médica extrai as raízes, uma a uma, com um aparelho, para
serem implantadas no paciente. Entretanto, a técnica não pode ser
utilizada em todos os casos. “É mais demorada e oferece quantidade menor
de pelos, então ela só pode ser usada em algumas situações, e para o
transplante”, acrescentou Le Voci.
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