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20/06/2012 - 16h10
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Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Edição: Davi Oliveira
Rio de Janeiro – O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF),
ministro Carlos Ayres Britto, confirmou hoje (20) que o julgamento do
mensalão deverá terminar ainda no mês de agosto. Ayres Britto disse que o
julgamento será técnico, apesar de haver pressões políticas. O
cronograma depende ainda do ministro Ricardo Lewandowski. Como revisor
do processo, ele é responsável por liberar a ação penal para a pauta do
Supremo.
Ayres Britto rebateu a possibilidade de o julgamento vir a ser
contaminado pela política. “Todos nós temos essa compreensão, que
corresponde a um dever de ofício, de que por mais intensa e densa que
seja a ambiência política de um processo, o julgamento só pode ser
técnico, em cima das provas dos autos, objetivamente”, afirmou.
Ainda segundo o ministro, a isenção é um princípio fundamental da
magistratura. “Um juiz deve usar de sua técnica e serenidade, primando
por imparcialidade. Porque não pode deixar de ser. Se não for assim, um
juiz se deslegitima e trai sua própria função. Lá no STF os julgamentos
só podem ser técnicos, em cima das provas dos autos”.
O presidente do STF voltou a comentar as ameaças sofridas pelo juiz
Paulo Augusto Moreira Lima, responsável pela prisão de Carlos Augusto de
Almeida Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira, e outros denunciados
que foram investigados pela Operação Monte Carlo. O juiz pediu para
deixar o caso por temor à segurança pessoal e de sua família, após
ameaças.
“Repudiamos aquele quadro de coação. É absolutamente intolerável e
inadmissível que se coloque sob ameaça de morte um magistrado. Se já
merece de nossa parte todo repúdio ameaçar qualquer ser humano, no caso
do Judiciário a gente coloca mais ênfase pela função que desempenha”,
disse o presidente do STF.
Sobre a Rio+20, Ayres Britto reconheceu que a Justiça pode ser mais
rápida na punição de crimes ambientais e disse que a conferência vai
influenciar positivamente os juízes a se dedicarem mais ao tema. “Essas
conferências têm como mérito maior dar sequência a um processo de
conscientização coletiva, inclusive de magistrados. É preciso que a
cultura da impunidade seja totalmente erradicada na questão do meio
ambiente”.
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