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11/06/2012 - 23h30
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Débora Zampier
Repórter da Agência Brasil
Edição: Aécio Amado
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O racismo e o tratamento de trabalhadores como escravos
podem entrar para a lista dos crimes chamados hediondos. É o que decidiu
a comissão de juristas responsável por elaborar o novo Código Penal
brasileiro em reunião realizada hoje (11).
A comissão também inseriu na lista de crimes hediondos - que hoje
tem o homicídio e estupro, por exemplo - o financiamento do tráfico e os
crimes contra a humanidade. Todas as sugestões aprovadas pela comissão
serão compiladas em um anteprojeto que ficará pronto no dia 25 de junho.
O texto será usado como base para votação do novo Código Penal, no
Congresso.
Um dos exemplos dessa "relativização" é o caso de roubo, crime que
atualmente prevê pena de quatro a dez anos de prisão e multa, com
possibilidade de agravantes. Segundo o texto aprovado pela comissão, a
pena para o “encontrão” - quando o ladrão esbarra na vítima e pega sua
carteira – pode ser mais leve. Por outro lado, a invasão de residência
passa a ser um crime mais grave, assim como já é o roubo com uso de arma
e com a participação de mais de uma pessoa.
A comissão também endureceu o tratamento dos maus-tratos contra pessoas. “Já havíamos feito isso em relação aos animais. O ser humano é animal também, não faria o menor sentido que a pena dos maus-tratos dos humanos fosse inferior, e não será mais”, disse Gonçalves. De acordo com o anteprojeto, o crime de maus tratos pode dar pena até cinco anos, com possibilidade de agravantes.
A comissão também endureceu o tratamento dos maus-tratos contra pessoas. “Já havíamos feito isso em relação aos animais. O ser humano é animal também, não faria o menor sentido que a pena dos maus-tratos dos humanos fosse inferior, e não será mais”, disse Gonçalves. De acordo com o anteprojeto, o crime de maus tratos pode dar pena até cinco anos, com possibilidade de agravantes.
Esse foi o último encontro oficial da comissão, mas os juristas
ainda se reunirão durante a semana para tratar de assuntos residuais,
como o crime de rixa. O
grupo também decidirá se a delação premiada beneficiará apenas os
sequestradores, que podem ficar livres se colaborarem com as autoridades. Segundo Gonçalves, a ideia é que o benefício seja aplicado aos crimes em geral, como já é previsto na legislação atual.
A comissão responsável pelo anteprojeto do novo Código Penal foi
formada no Senado em outubro do ano passado e, desde então, os juristas
vêm se encontrando periodicamente para rediscutir o texto atual, que é
de 1940. A ideia era que os trabalhos terminassem em maio, mas foi
necessário mais um mês para a conclusão dos debates. O anteprojeto
tramitará no Legislativo como um projeto de lei comum, que poderá ser
alterado pelos parlamentares e pela Presidência da República.
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