Contas externas do Brasil batem recorde negativo no mês de abril
Transações correntes fecharam abril com déficit de US$ 8,3 bilhões.
Número é o maior registrado há 67 anos, quando começou a medição.
Transações correntes fecharam abril com déficit de US$ 8,3 bilhões.
Número é o maior registrado há 67 anos, quando começou a medição.
As contas externas do Brasil bateram em abril o recorde negativo desde que começaram a ser publicadas, há 67 anos. As transações correntes fecharam abril com um déficit de US$ 8,3 bilhões, o maior da história para o mês.
As transações correntes são um dos principais indicadores das contas externas e medem a troca de bens e serviços do Brasil com o exterior. No acumulado de 12 meses, o déficit também avançou.
Como proporção do PIB, ficou estável em 3,65%, mais ou menos o que era a previsão do Banco Central, mas uma proporção considerada alta pelos economistas.
Os componentes desse buraco no mês de abril são: remessa de lucros e dividendos (como o dinheiro que as multinacionais mandaram para fora, por exemplo), balança comercial brasileira (que não vai andando bem no começo do ano, com déficit de R$ 5,5 bilhões) e a conta de serviços (estão incluídos os gastos de brasileiros no exterior).
Esse buraco nas contas correntes não foi totalmente financiado pela entrada de capitais estrangeiros. O governo se diz tranquilo, apoiado em reservas internacionais brasileiras em torno dos R$ 370 bilhões. Mas é a qualidade do ingresso de recursos estrangeiros no Brasil que preocupa os economistas.
O dinheiro vem, principalmente, do investimento direto do exterior, que vai para o setor produtivo da economia. Tende a ser de longo prazo e, por isso, é o mais desejado.
Mas esse investimento não tem sido suficiente e o Brasil precisou de outras alternativas pra cobrir o déficit, como empréstimos e investimentos estrangeiros em ações e renda fixa. Só que esse é um financiamento menos confiável.
“Dado que nós temos esse desequilíbrio em relação ao que a gente importa e exporta, tanto de bens e servicos, nós precisamos, obviamente, fechar essa conta atraindo recursos estrangeiros. Se o recurso que entra é um recurso de longo prazo, visando investimentos produtivos no Brasil, é melhor”, aponta Zeina Latif, economista-chefe da XP Investimentos.
“Porque são fluxos menos voláteis, menos sensíveis às condições conjunturais da economia mundial e da economia nacional. Agora, o que se observa nos últimos anos, desde o ano passado principalmente, é que houve uma piora desse mix. A gente passou a contar mais com fluxos de curto prazo e menos com fluxos de longo prazo, ainda que eles sejam predominantes”, explica a economista.
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