19/07/2012 - 17h35
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Marcos Chagas*
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
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*Colaborou Flávia Albuquerque, de São Paulo
Edição: Nádia Franco
Edição: Nádia Franco
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Brasília – Embora a televisão ainda seja o principal veículo para
informação de quem vai votar, os eleitores, os partidos políticos e os
candidatos descobriram a força da internet e das mídias sociais e
pretendem usá-las com intensidade nesta campanha.
Em cidades com mais de 200 mil eleitores, onde o acesso é mais
fácil, a internet será usada “cada vez mais” pelos políticos, disse à Agência Brasil o
diretor de Atendimento e Planejamento do Instituto de Pesquisas
Sociais, Políticas e Econômicas (Iprespe), Maurício Garcia. Para ele,
isso será possível pelo crescimento do uso de telefones celulares de
banda larga e dos tablets, dispositivos portáteis de acesso a internet.
Ele lembrou, no entanto, que, quanto menor a cidade e maior a
dificuldade de acesso ao conteúdo de internet, mais pesa na formação de
opinião do eleitor a propaganda eleitoral no rádio e na televisão. De
acordo com Garcia, nessas localidades, existem outros fortes formadores
de opinião, como padres e pastores e líderes sindicais.
A busca crescente de informações na internet é constatada também em sites
oficiais. Em Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral do país, com
15 milhões de eleitores espalhados por 853 municípios, a busca por
informações no site do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do estado mais que dobrou da última eleição municipal, em 2008, para cá.
Levantamento feito pelo coordenador de comunicação do TRE-MG,
Rogério Tavares, mostra que, há quatro anos, 98 mil mineiros procuraram
se informar sobre o pleito na página do tribunal, entre 16 de junho e 17
de julho. No mesmo período deste ano, este número pulou para 222 mil
acessos individuais.
“Denúncias de propaganda irregular e informações sobre o partido
político e as normas das eleições concentram o maior número de acessos”,
disse Tavares. Entretanto, é grande o número de eleitores,
especialmente da capital, Belo Horizonte, e de Uberlândia segunda maior
cidade mineira, que buscam os dados dos candidatos, declarações de bens,
por um link – porta de acesso a outra página – do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
No TRE de Goiás, até agora, os conteúdos mais acessados foram os de
serviços como retirada de certidões negativas criminais, filiações e
inscrições do eleitor para ser mesário voluntário no dia do pleito.
Segundo o coordenador da seção de Intranet e Internet do Tribunal,
Rafael Didma, este ano “o pico” de entradas no site ocorreu
entre janeiro e maio. Neste período, a média padrão de 70 mil buscas
pulou para 140 mil por causa do recadastramento biométrico. Com 246
municípios, o estado concentra 4,2 milhões de eleitores.
No Acre, o uso da internet para fornecer dados sobre os candidatos
ainda é incipiente. A três meses e meio das eleições a coordenadora da
Corregedoria Regional Eleitoral Maria Arlete Freire de Souza, admitiu
que no site oficial estão “disponibilizadas apenas informações gerais de interesse do eleitor”.
Segundo Arlete, há dois canais disponíveis: a ouvidoria, para que o
eleitor reclame de algum serviço que tenha demorado, e o de materiais
informativos sobre a legislação eleitoral. Informações mais abrangentes
sobre as eleições serão disponibilizadas ao eleitor somente em 24 de
setembro por uma linha telefônica 0800, disse ela.
Em São Paulo, maior colégio eleitoral do país, com 31.229. 307
eleitores, muitos já têm o hábito de se atualizar em termos de campanha
eleitoral consultando a internet. A publicitária Aline Sales, por
exemplo, diz que se informa pela internet por falta de tempo para usar
outros meios. “Quando chego ao trabalho, aproveito para ler as notícias.
Pela correria, às vezes, não dá para assistir televisão, ouvir rádio,
ler jornal, e a internet é o meio mais acessível.” Para Aline, a
internet é o melhor meio para o eleitor se informar sobre os candidatos.
O projetista Theo Egami, porém, diz que procura saber mais sobre os
candidatos conversando com amigos e parentes, mas também busca opiniões
nas salas virtuais de bate-papo. “Acredito que é bom ver em fóruns, para
ficar mais informado, ouvir rádio, estar atento ao dia a dia. Quando
tenho tempo, costumo ir atrás de mais informações, mas depende muito do
momento.”
O analista de cadastro Danilo Araujo afirma que confia mais no que
lê na internet do que vê na televisão. "Me informo pela internet, fóruns
de internet, discussão com amigos. Menos pela televisão, porque na
televisão é tudo mentira.” Segundo Danilo, é mais fácil manipular
informações pela televisão e pelo jornal impresso.
“Na internet, tem um leque muito maior, e a informação chega muito
mais fácil. Se algum político faz alguma coisa errada, na mesma hora já
tem cinco ou seis opções na internet para analisar e tirar uma
conclusão", disse ele.
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